A escolha certa do terapeuta pode garantir a eficácia do seu tratamento psicológico.
Os conselhos de como escolher um psicólogo
Navegando Pelas Complexidades da Escolha do Psicólogo
Vamos conversar sobre um assunto bastante relevante: como selecionar o psicólogo adequado entre inúmeras abordagens psicológicas existentes. Devido a uma abundância de conselhos, muitas vezes você pode se sentir confuso e pouco beneficiado por essas orientações, na sua busca por um psicólogo ou psiquiatra para tratamento psicológico
Recentemente, deparei-me com um artigo em uma revista de alto alcance que pretendia ensinar potenciais pacientes de psicólogos a selecionar o profissional certo. As declarações contidas no artigo eram, na verdade, pontos de discórdia para qualquer profissional da área clínica. Alguns exemplos eram: “Você precisa encontrar o profissional certo para suas necessidades”, ou “Uma maneira de acertar na escolha do profissional certo é buscar recomendações de um amigo ou parente”, ou ainda “É importante verificar se a abordagem psicológica do profissional é adequada para o seu caso clínico”.
Essas sugestões parecem úteis à primeira vista, mas vamos analisá-las com mais profundidade.
A Questão da Recomendação: O Ponto de Vista Ideal é Subjetivo
Embora pareça uma boa ideia selecionar o profissional ideal para cada caso, essa não é uma tarefa simples. Pedir recomendações a amigos ou parentes, por exemplo, poderia ser uma boa estratégia se as pessoas falassem abertamente sobre a terapia que estão fazendo. No entanto, essa não é a realidade. Além disso, muitas vezes, as pessoas não se sentem à vontade para compartilhar seu terapeuta com amigos ou parentes. E claro, é essencial questionar se a situação do seu amigo é realmente comparável à sua.
Para ilustrar isso, imagine que você esteja sofrendo com dores na coluna. Algumas pessoas podem sugerir médicos que resolveram seus problemas, mas quando você pesquisa mais sobre o profissional indicado, descobre que ele é especializado em joelhos, não em coluna!
Verificando a Abordagem Psicológica: Você está Equipado para Isso?
O conselho que sugere que você verifique se a abordagem psicológica do profissional é adequada para o seu caso é bastante complicado. Vamos explorar mais sobre isso nos parágrafos seguintes.
A Esfera das Especializações Médicas
Na medicina convencional, após a formação geral, os médicos buscam especializações – a residência médica. Essa etapa é inquestionavelmente indispensável, pois cada órgão ou região do corpo humano tem suas peculiaridades. Portanto, apenas um especialista é capaz de entender as doenças específicas de cada um desses órgãos ou de cada região do corpo.
No que diz respeito às especializações voltadas ao tratamento dos sistemas nervoso central e periférico, temos apenas duas especializações – neurologia e psiquiatria.
Especializações Psicológicas: Uma Explosão de Opções
Na psicologia também encontramos diversas áreas de especialização. Atualmente, é seguro afirmar que o número de especializações está crescendo. Quando me formei em 1980, existiam apenas três especializações – Clínica, Educacional e Organizacional. Hoje, muitas outras foram adicionadas, como: Hospitalar, Forense, Neuropsicologia, social, entre outras.
O Significado das Abordagens Psicológicas na Clínica Terapêutica
A Escolha do Psicólogo por Abordagens Clínicas
Inicialmente, é fundamental entendermos o cenário da especialização clínica em psicologia, o principal foco aqui. Dentro dessa área de atuação, você, como psicólogo, escolherá uma ou duas abordagens clínicas psicológicas para guiar o seu trabalho.
Essa escolha por uma abordagem psicológica específica determina a atuação do terapeuta. Contudo, isso não garante a eficácia de tais métodos em todos os tipos de distúrbios ou transtornos psicológicos. Mesmo quando dois terapeutas utilizam a mesma abordagem, os resultados podem variar, uma vez que estão intrinsecamente ligados à competência individual de cada profissional.
Ademais, é importante ressaltar que não existe uma abordagem única ou exclusiva para o tratamento de um determinado transtorno. Embora psiquiatras e alguns psicólogos possam ter uma preferência pela Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) para tratar depressão e ansiedade, isso de forma alguma desqualifica as demais abordagens disponíveis.
O Tempo de Tratamento nas Diversas Abordagens Psicológicas
Aqui é indispensável entendermos que o diferencial notável entre as diversas abordagens está no tempo de tratamento. Algumas proporcionam resultados mais rápidos, enquanto outras requerem um prazo mais extenso.
Finalmente, é preciso destacar que as abordagens clínicas não são especializações em distúrbios ou transtornos psicológicos. Elas são apenas formações profissionais que orientam a maneira de atuar do psicólogo clínico.
A título de comparação, assim como na medicina o oncologista tem à disposição várias abordagens para tratar o câncer, o psicólogo clínico tem a liberdade de escolher o melhor caminho para alcançar a cura de seu paciente.
A Comparação Entre Abordagens Clínicas é Desnecessária
Afirmar que uma abordagem clínica é superior ou inferior a outra para qualquer tipo de tratamento psicológico é, de fato, uma comparação pouco válida.
Na realidade, tratamentos conduzidos por diferentes abordagens podem variar em termos de duração e eficácia, nunca na sua efetividade. A variabilidade dos resultados é determinada pela habilidade do profissional, seja ele psicólogo clínico ou psiquiatra, desde que tenha formação em psicoterapia e competência técnica.
Portanto, considerar uma abordagem clínica melhor do que outra é desconhecer a realidade da prática terapêutica.
Discussão Desnecessária e Sem Fundamento
Nesse sentido, seria possível até mesmo debater a efetividade de cada uma das abordagens para diferentes transtornos ou distúrbios psicológicos. Contudo, é imprescindível lembrar que o objetivo do tratamento é sempre o ponto de partida.
Existem, por exemplo, abordagens clínicas de curta duração extremamente eficazes para tratamentos de problemas específicos. Elas trabalham eliminando as crenças centrais que geram os pensamentos automáticos responsáveis por iniciar ciclos comportamentais indesejados, tratando, contudo, um problema de cada vez.
Por esse motivo, essas terapias de curta duração demonstram seus efeitos em um tempo relativamente breve.
Exemplo de Como Acontece as Recaídas
Para ilustrar melhor, vamos usar um exemplo adaptado de uma piada que está circulando na internet.
Uma mulher chegou ao consultório do terapeuta e colocou o seu problema: – Doutor, todas as vezes que me deito sinto que tem um homem embaixo da minha cama – e continuou – Às vezes deito embaixo da cama e sinto que ele está em cima da cama.
O terapeuta disse que precisava de alguns meses para diagnosticar e tratar esse distúrbio.
– Quanto tempo Doutor? – ela perguntou – E quanto custa sua consulta?
O terapeuta deu o preço por consulta e o tempo aproximado. Então, ela fez os cálculos e viu que gastaria três mil Reais no tratamento a cada três meses.
Disse que ia pensar e depois retornaria.
Uma semana depois, encontraram-se por acaso e o terapeuta perguntou:
– Então, como vai, melhorou?
Feliz a mulher explicou: – Doutor, seu tratamento ia ficar caro. O marceneiro resolveu meu problema por apenas cinquenta Reais!
– Como foi isso?! – Perguntou admirado o terapeuta.
-Simples! – respondeu – Ele serrou os pés da cama. – em seguida falou entusiasmada – Grande solução! Rápida e eficaz!…
Menos de dois meses depois, a mulher apareceu no consultório. O terapeuta admirado perguntou:
– Então. O que foi agora?
– O homem se mudou para cima, agora ele está no forro do meu quarto! – respondeu a mulher.
Efetividade Duvidosa
Assim, como podemos constatar, a solução foi rápida e eficaz. Mas não foi efetiva!
Da mesma forma que os psicotrópicos, quando o tratamento cessa, os sintomas podem voltar. Mesmo que em formatos diferentes. Afinal, as causas emocionais não foram tratadas.
Além disso, é preciso não esquecer que nós somos humanos. Seres em eterna formação e transformação. Portanto, o que seremos amanhã, dependerá das nossas escolhas e das nossas experiências de hoje. Das frustrações, traumas e aprendizados de cada dia.
Assim, tudo isso confrontado e adicionado com o que somos hoje, nos modificará… Portanto, amanhã poderemos estar diferentes!
… E Então? Como escolher um psicólogo?
- Leia suas publicações, veja se as ideias dele ou dela estão de acordo com o que você procura.
- Veja seus vídeos se ele tiver.
- O Conselho Regional de Psicologia não aprova que se identifique os pacientes tratados pelo terapeuta. Portanto, não espere testemunhos ou depoimentos dos clientes.
- Na maioria das vezes, nas primeiras sessões de psicoterapia, você sente ou não afinidade com o terapeuta, sendo você mesmo o melhor juiz para saber se esse profissional é adequado ou não ao seu tratamento.
- Por último, veja o tempo de experiência que ele ou ela tem. Claro que isso por si só não é sinônimo de qualidade. Porém, serve como um indicador…
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Denival H Couto – Psicólogo e Terapeuta – CRP: 06/17.798-SP
Atendo presencialmente em São Paulo nas zonas sul, oeste e leste e também ONLINE para todo o Brasil e exterior em língua portuguesa. Com 38 anos de experiência nas abordagens TCC – Terapia Cognitiva Comportamental e Terapia Fenomenológica Existencial.
“Meu objetivo é ajudar os meus pacientes a encontrar e quebrar as barreiras que atrapalham o desenvolvimento do completo potencial de cada um, assegurando uma vida mais produtiva, mais confiante, com muito mais qualidade”.
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