Início, Meio e Fim: Uma Odisseia da Infância à Compreensão da Finitude
O Despertar da Imaginação em Tempos Áridos
Em um tempo onde a simplicidade reinava soberana, minha infância desenrolava-se sob o manto da escassez. Nossa morada, mais parecida com um refúgio franciscano, era um universo onde a ausência de luxos tecia o pano de fundo para dias de inventividade sem limites. Brinquedos? Eram miragens em um deserto de posses. Mas, nossa! Como éramos mestres na arte da criação! Cada amanhecer trazia a promessa de escola e deveres, mas as tardes… Ah, as tardes eram nossas telas em branco.
Nesse palco de criatividade, pedaços de tijolos transformavam-se em carros velozes, e bolas de papel, adornadas com retalhos, ganhavam vida como bonecas para minhas irmãs. Éramos caçadores de calangos, dançarinos em meio a borboletas, e ao cair da noite, rendíamo-nos ao sono, apenas para renascer em um novo dia de igual encanto.
A Alegria Inesperada nas Asas da Doença
Mas, em meio à nossa rotina, havia momentos de inesperada alegria. Eles chegavam sorrateiros, disfarçados de doenças infantis – sarampo, catapora, rubéola. Esses visitantes virais, paradoxalmente, eram mensageiros de felicidade. Com a casa cheia e o convívio intensificado, cada surto era uma celebração de união e cuidado. Sopas de galinha, mingaus de fubá, e o calor do afeto materno transformavam esses períodos em festivais de aconchego e fraternidade.
O Despertar para a Transitoriedade da Vida
À medida que crescia, uma percepção mais profunda começou a se desenhar em minha mente: tudo na vida possui um início, um meio e um fim. Essa constatação, simples, mas poderosa, começou a moldar minha visão de mundo. As roupas que passavam de irmão para irmão, os brinquedos improvisados, até os momentos de doença e saúde – tudo era efêmero.
A Descoberta da Leitura e o Encontro com a Imortalidade
Na adolescência, mergulhei no mundo dos quadrinhos. “Ponchito”, o jovem pistoleiro, tornou-se meu herói, meu modelo de coragem e justiça. Mas, ao mesmo tempo, os super-heróis imortais me confrontaram com uma realidade inescapável – nossa mortalidade – Essa revelação foi um choque, mas também um despertar.
A Jornada do Conhecimento e o Trabalho como Psicólogo
A busca por conhecimento me levou a filósofos e pensadores, de Aristóteles a Nietzsche, de Spinoza a Sartre, de Zenão de Citio a Marco Aurélio. Cada livro, cada teoria, cada biografia, era um degrau na escada do entendimento. E foi assim que, hoje, como psicólogo, abraço a abordagem Fenomenológica Existencial, explorando, inclusive, a resistência humana à ideia de finitude.
“Memento Mori” e a Reflexão sobre a Imortalidade
Uma das máximas dos estoicos, “Memento Mori” (Lembre-se que você irá morrer), ressoa em meu ser. A vida eterna, seja em solidão ou em um mundo de imortais, apresenta suas próprias ironias e desafios. A finitude, percebo, é o grande motor da existência humana, impulsionando-nos a buscar significado e deixar um legado.
Encarando a Finitude e a Vida
Confrontar a morte, aceitar a transitoriedade da vida, é um desafio constante. Mas é nessa aceitação que encontramos a verdadeira liberdade para viver plenamente, para valorizar cada momento e cada encontro. A vida, em sua finitude, é um convite para criar, amar, aprender e, acima de tudo, ser verdadeiramente presente.
Deni Couto,
SOBRE O MEU TRABALHO
Denival Henrique Couto Psicólogo e Psicoterapeuta Clínico CRP No. 06/17.798, São Paulo – SP
Especializado no atendimento online de transtornos como: Ansiedade, depressão, síndrome do pânico, dores de lutos e perdas, burnout, síndrome dos executivos, educação e comportamento disfuncionais.
Credenciais e Experiência Profissional
Formei-me em Psicologia Educacional no ano de 1979 e concluí minha formação em Psicologia Clínica em 1980. No entanto, minha jornada de aprendizado não parou por aí. Continuei me dedicando aos estudos e aprimorando minhas habilidades por mais três anos, iniciando meus atendimentos clínicos em 1983. Ao longo desses anos, acumulei 40 anos de experiência no tratamento e apoio a pessoas com diversas questões psicológicas e existenciais.
Durante minha trajetória de especialização, foquei, principalmente, mas não só, na Terapia Fenomenológica Existencial, na Terapia Cognitivo Comportamental e em Sexologia. Além disso, realizei várias pós-graduações nas áreas de psicologia e atendimento psicológico. Além de uma pós em marketing. Essas etapas foram fundamentais para que eu pudesse aprimorar minha visão sobre o tratamento integral do ser humano.
Entendo que a complexidade do ser humano vai além da vida pessoal e profissional, abrangendo também a carreira, a família e a sexualidade. Além disso, é importante considerar os aspectos emocionais, vivenciais e comportamentais. Diante dessa compreensão, vejo o ser humano como um sistema interdependente, no qual todas as partes precisam estar em equilíbrio e harmonia para que haja saúde e bem-estar.
Objetivo
“Meu objetivo é ajudar os meus pacientes a encontrar e quebrar as barreiras que atrapalham o desenvolvimento do completo potencial de cada um, assegurando uma vida mais produtiva, mais confiante, com muito mais qualidade, levando-os ao autoconhecimento, autoaceitação e melhorando a autoestima, assim como à compreensão e aceitação do outro.
Denival H Couto