“O necessário para mudar uma pessoa é mudar sua consciência de si mesma” – Abraham Maslow – Psicólogo americano.
Mudar tudo que podemos, queremos e devemos mudar é um dos mais preciosos conselhos dos estoicos. Porém, há várias formas de fazer isso.
Entretanto, nunca devemos esquecer que, segundo Kahneman, “a dor da perda é duas vezes maior que a alegria do ganho”. Portanto, temos sempre que avaliar nossas escolhas.
Por exemplo: No metrô cheio pela manhã, uma pessoa se aproxima tanto de você que chega a empurrá-lo e incomodá-lo. Claro que esta é uma situação que deve ser mudada de forma a restabelecer o seu conforto.
Porém, existem várias formas de resolver essa situação, ou seja, podemos escolher entre as menos e as mais agressivas.
Portanto, você poderia afastar-se dessa pessoa e assim restabelecer o seu espaço. Mas também, poderia mudar de lugar indo mais para dentro do corredor. Uma terceira hipótese um tanto mais agressiva seria empurrar essa pessoa de forma suave para que ela saísse de perto de você.
Entretanto, você poderia escolher uma alternativa ainda mais agressiva – Empurrá-la de forma agressiva de modo que ela percebesse que estava incomodando e permanecesse longe.
Porém, há uma lei universal que diz que: “Para cada ação existe uma reação”. Portanto cada uma das escolhas acima traria melhorias na sua viagem ou consequências próprias de sua atitude.
Também, existe uma citação antiga que diz: “todo prazer tem um preço” ou ainda: “Todo prazer pressupõe uma dor”, para cada uma das suas atitudes, mesmo se pensada e feita de forma consciente, sempre teria um preço a pagar.
Mudando o que devemos mudar – Analisando as duas primeiras alternativas
Nas duas primeiras alternativas, se você tivesse em um dia ruim (difícil não sentir o dia ruim quando se está dentro de um metrô lotado), talvez você sentisse uma ligeira frustração por não ter tomado uma atitude mais dura. Nesse caso, sua frustração estaria dizendo que o melhor comportamento era ensinar aquele mal-educado a ter modos.
Analisando as alternativas mais agressivas
Nas outras duas situações, a menos que você seja uma pessoa que gosta de brigas, a dor e o arrependimento viriam bem rápido pelo vexame de uma discussão ou coisa pior, dentro de um ambiente público com pessoas das mais diversas opiniões e que, certamente, alguns iriam julgá-lo de forma negativa.
Antes de mudar qualquer coisa verifique se deve mudar ou se é você quem precisa aceitar e mudar-se
Eu gostaria de deixar claro que, mesmo quando podemos e queremos mudar, algumas vezes, será preciso aceitar aquilo como algo que você não pode mudar pois não está sob seu controle. Portanto, você deve fazer a mudança em você mesmo, ou seja, aceitar como algo que você não pode mudar e aproveitar para aceitar a mudança que deve ocorrer em você mesmo. Essa talvez seja a parte mais importante para seguir a regra estoica.
Assim, nos dois primeiros casos do exemplo do metrô, se eu não ACEITASSE a situação como algo normal mas que, mesmo assim eu deveria modificá-la por mim mesmo me afastando ou mudando de lugar, certamente eu me sentiria injustiçado e frustrado com minha atitude e isso iria piorar o meu dia.
Portanto, quando faço a mudança por mim mesmo, seja no meu posicionamento ou na atitude de me afastar, primeiro preciso ACEITAR o fato de que eu devo mudar. Para tanto, preciso ter empatia com o “mal educado” e aceitar que ele está apenas querendo se posicionar com maior conforto, ou ainda, que ele nem percebeu que está próximo demais de mim.
Nos últimos dois casos, onde não houve aceitação do posicionamento dele, podemos observar como a forma como reagimos a coisas ou situações, sempre provocará consequências. Dependendo da escolha que eu fizer, tais consequências podem desastrosas ou não.
Além disso, existe uma questão a ser considerada. São Francisco de Assis em sua oração idêntica à citação estoica, acrescentou um adendo importante – sabedoria – ele também pedia sabedoria para saber a diferença de uma coisa da outra. Só com muita sabedoria podemos diferenciar o que devemos MUDAR e o que devemos ACEITAR.
Entretanto, acrescentaremos uma pergunta – como mudar? – A forma de como devemos mudar é de extrema importância e jamais deve ser esquecida.
Portanto, a famosa frase estoica, com os acréscimos de São Francisco e o meu, ficaria assim: “Mudar tudo aquilo que queremos, devemos e podemos mudar. Aceitar tudo aquilo que embora queremos, não podemos e nem devemos mudar. Porém, com sabedoria para saber o que podemos e o que não podemos mudar e faze-lo com bom senso e inteligência para sempre mudar de maneira pacífica e produtiva.”
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SOBRE O MEU TRABALHO
Denival Henrique Couto Psicólogo e Psicoterapeuta Clínico CRP No. 06/17.798, São Paulo – SP
Especializado no atendimento online de transtornos como: Ansiedade, depressão, síndrome do pânico, dores de lutos e perdas, burnout, síndrome dos executivos, educação e comportamentos disfuncionais.
Credenciais e Experiência Profissional
Formei-me em Psicologia Educacional no ano de 1979 e concluí minha formação em Psicologia Clínica em 1980. No entanto, minha jornada de aprendizado não parou por aí. Continuei me dedicando aos estudos e aprimorando minhas habilidades por mais três anos, iniciando meus atendimentos clínicos em 1983. Ao longo desses anos, acumulei mais de 40 anos de experiência no tratamento e apoio a pessoas com diversas questões psicológicas e existenciais e a pais com dificuldades na educação dos filhos.
Durante minha trajetória de especialização, foquei, principalmente, mas não só, na Terapia Fenomenológica Existencial, na Terapia Cognitivo Comportamental e em Sexologia. Além disso, realizei várias pós-graduações nas áreas de psicologia e atendimento psicológico. Além de uma pós em marketing. Essas etapas foram fundamentais para que eu pudesse aprimorar minha visão sobre o tratamento integral do ser humano.
Entendo que a complexidade do ser humano vai além da vida pessoal e profissional, abrangendo também a carreira, a família e a sexualidade. Além disso, é importante considerar os aspectos emocionais, vivenciais e comportamentais. Diante dessa compreensão, vejo o ser humano como um sistema interdependente, no qual todas as partes precisam estar em equilíbrio e harmonia para que haja saúde e bem-estar.