A Tirania do Agora: Vencendo a Síndrome da Urgência e Conquistando o Futuro

 “In Medio Stat Virtus” (*) – Aristoteles

Introdução

Imagine um navio em alto mar, singrando em direção a um destino longínquo. De repente, uma tempestade surge no horizonte, trazendo consigo ventos fortes e ondas furiosas. O capitão, tomado pela urgência da situação, ordena que a tripulação se concentre em tarefas imediatas: içar as velas, ajustar o leme e bombear a água do porão.

Em meio ao caos, um jovem marinheiro observa a cena com preocupação. Ele percebe que, embora as ações da tripulação sejam necessárias para enfrentar a tempestade, elas os desviam do curso original do navio. Se continuarem assim, podem até mesmo se afastar cada vez mais do seu destino final.

Essa parábola ilustra a Síndrome da Urgência, um mal que assola a sociedade moderna e nos faz reféns do “agora”, nos impedindo de alcançar nossos objetivos de “depois”.

Assim como a tempestade no mar, a urgência surge com força total, exigindo nossa atenção imediata. Seja um e-mail urgente do chefe, uma pilha de contas a serem pagas ou uma notificação insistente do celular, a urgência nos captura e nos faz sentir como se tivéssemos que resolver tudo “agora mesmo”.

Mas, assim como o jovem marinheiro percebeu, nem tudo que é urgente é importante. Muitas vezes, caímos na armadilha de priorizar o imediato em detrimento do essencial, sacrificando nossos sonhos e objetivos de longo prazo por tarefas superficiais que oferecem gratificação instantânea.

É como se estivéssemos trocando um banquete farto por um lanche rápido: satisfazemos a fome do momento, mas deixamos de lado a nutrição que nos garantiria saúde e força para o futuro.

Mas como escapar dessa tirania do agora e retomar o controle da nossa jornada?

A chave reside em desenvolver a visão de longo prazo, a capacidade de enxergar além das urgências do dia a dia e vislumbrar o futuro que queremos construir. Para isso, podemos seguir algumas bússolas valiosas:

  1. O Valor Essencial:

Em vez de nos guiarmos apenas pela urgência, devemos avaliar o valor real de cada tarefa. Questione-se: essa atividade me aproxima dos meus objetivos de longo prazo? Ela contribui para o que realmente importa para mim? Ao analisar o valor intrínseco de cada ação, podemos tomar decisões mais conscientes e evitar cair na armadilha da urgência superficial.

  1. O Mapa do Tempo:

Assim como um navegador traça sua rota no mapa, devemos organizar nosso tempo com base em nossos objetivos mais significativos. Crie um cronograma, defina prazos e lembre-se: nem tudo precisa ser feito “agora”. Ao planejar com antecedência, você garante que as tarefas que realmente importam receberão a atenção e o tempo que merecem.

  1. A Prioridade Inteligente:

Nem todas as urgências são criadas iguais. Algumas são como lobos em pele de cordeiro, disfarçadas de importantes apenas para nos desviar do caminho certo. Priorize as tarefas com base no seu valor a longo prazo, e não na urgência momentânea. Dessa forma, você garante que seus projetos mais importantes receberão a atenção que merecem, e as recompensas imediatas, por mais tentadoras que sejam, não o seduzirão para longe dos seus sonhos.

Lembre-se: a Síndrome da Urgência é apenas uma tempestade em nossa jornada. Ao desenvolvermos a visão de longo prazo, planejarmos com inteligência e priorizarmos o que realmente importa, podemos navegar pelos mares da vida com tranquilidade e alcançar nossos destinos com maestria.

Então, solte o leme da urgência e assume o comando do seu futuro!

(1) A virtude está no meio

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Denival Couto, Psicólogo e Psicoterapeuta Especialista

SOBRE O MEU TRABALHO

Denival Henrique Couto Psicólogo e Psicoterapeuta Clínico CRP No. 06/17.798, São Paulo – SP 

Especializado no atendimento online de transtornos como: Ansiedade, depressão, síndrome do pânico, dores de lutos e perdas, burnout, síndrome dos executivos, educação e comportamentos disfuncionais.

Credenciais e Experiência Profissional

Formei-me em Psicologia Educacional no ano de 1979 e concluí minha formação em Psicologia Clínica em 1980. No entanto, minha jornada de aprendizado não parou por aí. Continuei me dedicando aos estudos e aprimorando minhas habilidades por mais três anos, iniciando meus atendimentos clínicos em 1983. Ao longo desses anos, acumulei mais de 40 anos de experiência no tratamento e apoio a pessoas com diversas questões psicológicas e existenciais e a pais com dificuldades na educação dos filhos.

Durante minha trajetória de especialização, foquei, principalmente, mas não só, na Terapia Fenomenológica Existencial, na Terapia Cognitivo Comportamental e em Sexologia. Além disso, realizei várias pós-graduações nas áreas de psicologia e atendimento psicológico. Além de uma pós em marketing. Essas etapas foram fundamentais para que eu pudesse aprimorar minha visão sobre o tratamento integral do ser humano.

Entendo que a complexidade do ser humano vai além da vida pessoal e profissional, abrangendo também a carreira, a família e a sexualidade. Além disso, é importante considerar os aspectos emocionais, vivenciais e comportamentais. Diante dessa compreensão, vejo o ser humano como um sistema interdependente, no qual todas as partes precisam estar em equilíbrio e harmonia para que haja saúde e bem-estar.

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