8 comentários em “CADA UM TEM SUA CARROÇA”

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  2. Jorge Ogushi Neto

    Infelizmente nossa racionalidade faz com que acumulamos esses sentimentos de culpa, arrependimentos e de nos questionarmos. O que fizemos de tão errado para merecer tais consequências??? As vezes a vida bate com tanta força que é difícil se levantar.

    Penso que quanto mais conhecimento ganhamos na vida, mais dura é nossa autocrítica como diz Sócrates “Só sei que nada sei” quando ouvi essa frase….pensei ele estudou muito para concluir que não sabe de nada, e acho que essa é minha vida.

    Outro dia vi uma série que o personagem diz “antes eu era mais confiante, achando que estava no caminho certo, hoje sei que não há cominho certo, só pessoas tentando fazer o melhor em um mundo onde é muito mais fácil fazer o pior”

    Outras frases me veem a cabeça como a frase do tio Ben do Homem Aranha ” Grandes poderes geram grandes responsabilidades” mas será que se a gente não for um super herói aguentamos tamanha responsabilidade??

    Parece que quanto maior o conhecimento maior o tombo, maiores são as consequências….talvez como diz o ditado popular….a ignorância é uma benção e talvez trocar de carroça seja muito difícil. Afinal de contas são cicatrizes e traumas que nos fizeram ser quem somos hoje.

    Enfim….talvez Arthur Schopenhauer estava certo quando descreveu o homem com a seguinte frase ” Homem é um macaco cego e robusto que carrega um macaco que aleijado que enxerga”

    Seguimos em frente

    1. Bom dia, Jorge! Que ótimo comentário! Parece que você pegou o espírito da coisa… Na verdade, Sartre resumiu tudo isso em duas frases curtas: “Não importa o que fizeram de você. Importa é o que você vai fazer com o que fizeram de você.”

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  4. Dirce Vieira

    Fantástica narrativa….. como me encontrei por diversas citações na minha carroça carregada de inutulidades que eu mesma fiz questão de defendê-la acreditando ser a melhor opção prá mim ou para agradar alguém e me sentir importante eu sua vida. Porque?

    Esta é uma pergunta que me faço sempre. Porque? Porque? Porque?

    Já mudei de carroça, já fiquei muito tempo com uma porém mudando as tralhas, e já tentei pegar carona na carroça do outro trazendo minhas tralhas e sobrecarregando o peso para ambos.

    Hoje me vejo numa longa estrada, em minha carroça ainda trago medos, incertezas, e culpas. Medo de encarar algumas situações que necessito de movimentação para mudar o que me incomoda. A verdadeira ação. Sem ela continuo no mesmo lugar e querendo chegar em algum lugar. Difícil né…. mesmo assim, já vejo que só o fato de enxergar isso me trás junto uma responsabilidade que reconheço que somente eu posso e devo continuar e ser protagonista da minha história.
    Este artigo maravilhoso como outros que já li aqui me fizeram refletir sobre minhas atitudes. Busco muitas vezes achar um culpado ou aquela velha mania de querer justificar minhas culpas e medos .

    Recentemente perdi minha mãe que por 12 anos estive ao seu lado dia e noite, mãe de 8 filhos que num certo momento de sua vida cansada doente foi designada a ser encaminhada a um asilo pois seria o peso muito grande na carroça de seus filhos que a Vida toda ela criou alimentou cuidou enfim. Na época eu tinha minha vida meus amigos dançava numa escola de dança 20hs por semana uma filha com 20 anos na faculdade enfim estava numa fase maravilha vivendo intensamente tudo com muito prazer. Não concordei em ver minha mãe sendo tratada e vista como um fardo e trouxe pra mim a responsabilidade de cuidar dela. O preço era alto demais teria que abrir mão de muitas coisas que adorava para se dedicar a ela mudei de casa. Fui morar com ela em sua casa e com os hábitos costumes e tudo dela deixei a filha a casa a dança os amigos viagens passeios enfim. Mudei o caminho a carroça e tinha que recomeçar de novo.

    Fiz por que quis não me arrependo e faria novamente. Com certo tempo percebi que resgatei muitas coisas que havia deixado numa gaveta trancada sem resolver. E conheci uma mãe que não tinha sentido nem visto até então. Construí com ela uma relação de mãe e filha maravilhosa e trouxe qualidade de vida e melhora na sua saúde a fiz sorrir e nos divertimos muito viajamos passeamos fomos em festas conversávamos…. lógico tudo isso dentro de uma condição favorável a sua mobilidade reduzida e com acompanhamentos médicos.

    Eu morando em sua casa precisei adequar minha vida compromissos de trabalho a nova condição assumi tudo o inclusive as despesas. E como éramos 8 irmãos a mãe era de todos a casa era de todos inclusive os netos bisnetos e agregados. Foi aí meu erro. Não me posicionei. Trouxe pra minha carroça como uma obrigação o que não era meu. A responsabilidade de cuidar dela sim, mas as tralhas o peso de uma família não.
    O que eu fiz mais uma vez. Sobrecarreguei minha carroça. Tive uma postura inadequada e ineficiente não dei um basta quando era necessário e fui explorada por todos porque eu permiti. E doía e mesmo assim não fazia nada pra mudar. Só pensava na minha mãe em cuidar defender e fazer ela se sentir bem e segura. Diante disso abri mão da minha vida e vivi a vida dela por ela. Fui explorada por toda a família. Minha filha era a única que com fortes palavras e até com uma frieza me chamava atenção para acordar e sair daquele enrosco que me encontrava.

    Depois de doze anos, com dias bons e ruins, alegres e tristes finalmente ela se foi. Em seu velório era uma mistura de sentimentos. Eu observando a todos me enojava de ver aqueles choros me passava uma vontade de gritar e cobrar….” não ia visitar, nunca levou uma fralda uma frita um abraço ” e agora tá chorando o que?

    Ufa. E assim eram meus sentimentos e também trouxe meus questionamentos. Eu não podia nem deveria cobrar nada. Afinal eu fui porque eu quis. Eu fiquei porque eu quis. Eu tive a escolha e se não o fiz certo ou errado. Tinha que assumir a responsabilidade e não cobrar dos irmãos a escolhas deles.

    Depois de um ano que ela desencarnou minha carroça estava diferente com novos sacos porém inúteis e eu mais uma vez me vi numa encruzilhada . Troco a carroça troco de estrada ou permaneço e reciclo a carga?

    E assim é nossa vida…. se continuar escrevo um livro… e este artigo me trouxe muitas reflexões .
    Me fez pensar e perceber que mi-mi-mi não combina comigo.

    Quero e serei a protagonista da minha vida, cansei de fazer papel de coadjuvante na história dos outros. Vou viver a minha vida, desconstruir para iniciar uma nova construção melhor, ser resiliente e trazer com o que aprendi e eliminar o que não me serve.
    Ao invés de carroça quero caminhar um pouco nesta estrada e observar melhor o caminho e o que nele aparece com detalhes. Como diz no Poema de Itaca – Itaca é o foco a meta a direção o tesouro está no caminho e nele que tenho que apreciar observar e vivência minimamente cada momento.

    Obrigada Dr. Deni Couto meu psicólogo.

    Dirce Vieira. SP abril 2022

    1. Dirce; sou eu quem agradece pelo maravilhoso comentario seu! Obrigado por contar sua historia ou, pelo menos, sua “aventura” ou “desventura” com essa escolha de acolher sua mãe e por conseguinte, parte de sua familia. A vida é assim, colhemos o que escolhemos e muitas vezes atraimos o que não queriamos. Analisamos e vislumbramos alguns aspectos de nossa escolhas, mas, infelizmente, não temos sabedoria suficiente para prever tudo que virá com elas. Enfim: “Maturidade é viver em paz com aquilo que não se pode mudar”. Forte Abraço!

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