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Introdução
Em uma tapeçaria feita com os fios da existência humana, o sofrimento psicológico emerge como um padrão inesperado, cuja presença, embora indesejada, carrega consigo um propósito intrínseco. Tal como a febre que irrompe no corpo como um farol alertando para uma disfunção interna, o sofrimento psicológico atua como um sinal de que algo em nosso ser necessita de atenção e cuidado.
A Febre da Alma: Uma História de Alerta
Recordo-me de uma febre marcante da infância, um episódio que, embora simples, ilustra perfeitamente a analogia que desejo traçar. Aos dez anos, uma dor de garganta severa foi o prelúdio de uma febre que me consumiu, deixando-me entre o calor da enfermidade e o frio do desalento. Naquela época, o médico de família, figura quase arquetípica de cuidado e sabedoria, veio ao meu leito de convalescença. Após um exame cuidadoso, diagnosticou uma infecção nas amígdalas, prescrevendo o tratamento adequado.
O Ensinamento do Médico: Uma Lição Sobre Defesas
Uma semana mais tarde, sua visita de retorno trouxe não apenas a constatação da minha recuperação, mas também uma valiosa lição: – A febre, explicou, não era uma doença em si, mas uma resposta do corpo, uma estratégia de defesa para desacelerar a proliferação de agentes patogênicos, facilitando assim a ação dos anticorpos. Este mecanismo natural de proteção serve, também, como um aviso de que algo está errado no organismo.
Paralelos com o Sofrimento Psicológico
Avançando no tempo, minha jornada na psicologia me permitiu compreender a profundidade dessa metáfora. O sofrimento psicológico, assim como a febre, é um indicativo de que desequilíbrios internos ou externos afetam nosso bem-estar. Ele nos convida a uma introspecção, a uma jornada dentro de nós mesmos para identificar e tratar as causas subjacentes de nossa angústia.
O Alerta para a Introspecção
Assim como a febre sinaliza uma infecção, o sofrimento psicológico alerta para conflitos internos ou situações adversas, convidando-nos a uma reflexão profunda sobre nossas vidas e as mudanças necessárias para restaurar o equilíbrio.
O Mecanismo de Defesa Ativado
Da mesma forma que a febre ativa mecanismos de defesa física, o sofrimento psicológico pode desencadear processos de autoanálise, reflexão e crescimento pessoal, funcionando como um catalisador para a transformação e o fortalecimento interno.
O Desconforto Como Catalisador
Embora a febre e o sofrimento psicológico possam ser experiências desagradáveis, ambos têm o potencial de revelar vulnerabilidades e incentivar a busca por cura e compreensão, pavimentando o caminho para a superação e o desenvolvimento pessoal.
Em Busca de Alívio e Compreensão
Assim como a febre deve ser cuidadosamente gerenciada, o sofrimento psicológico requer atenção e tratamento. A busca pelas raízes de nossa dor é um processo que pode ser tanto desafiador quanto enriquecedor, exigindo coragem para enfrentar e explorar as profundezas de nossa psique.
Conclusão: A Sabedoria Inerente ao Sofrimento
Em termos leigos, podemos associar essa jornada ao princípio da fenomenologia, buscando compreender o significado dos fenômenos que se apresentam a nós. Da mesma forma, o princípio do existencialismo nos lembra da importância de enfrentar e assumir a responsabilidade pelas mudanças necessárias em nossas vidas e pelas escolhas que fazemos ao longo dela. Por fim, a terapia existencial nos oferece um caminho para integrar esses fenômenos ao presente, buscando uma transformação positiva e com significado.
Assim, o sofrimento psicológico, embora uma experiência árdua, é um convite para a introspecção e o crescimento. É um lembrete de que, nas tramas complexas de nossa existência, cada fio de dor pode, eventualmente, conduzir-nos a uma tapeçaria mais esclarecedora, mais rica e resiliente de vida.
Deni Couto
SOBRE O MEU TRABALHO
Denival Henrique Couto Psicólogo e Psicoterapeuta Clínico CRP No. 06/17.798, São Paulo – SP
Especializado no atendimento online de transtornos como: Ansiedade, depressão, síndrome do pânico, dores de lutos e perdas, burnout, síndrome dos executivos, educação e comportamento disfuncionais.
Credenciais e Experiência Profissional
Formei-me em Psicologia Educacional no ano de 1979 e concluí minha formação em Psicologia Clínica em 1980. No entanto, minha jornada de aprendizado não parou por aí. Continuei me dedicando aos estudos e aprimorando minhas habilidades por mais três anos, iniciando meus atendimentos clínicos em 1983. Ao longo desses anos, acumulei 40 anos de experiência no tratamento e apoio a pessoas com diversas questões psicológicas e existenciais.
Durante minha trajetória de especialização, foquei, principalmente, mas não só, na Terapia Fenomenológica Existencial, na Terapia Cognitivo Comportamental e em Sexologia. Além disso, realizei várias pós-graduações nas áreas de psicologia e atendimento psicológico. Além de uma pós em marketing. Essas etapas foram fundamentais para que eu pudesse aprimorar minha visão sobre o tratamento integral do ser humano.
Entendo que a complexidade do ser humano vai além da vida pessoal e profissional, abrangendo também a carreira, a família e a sexualidade. Além disso, é importante considerar os aspectos emocionais, vivenciais e comportamentais. Diante dessa compreensão, vejo o ser humano como um sistema interdependente, no qual todas as partes precisam estar em equilíbrio e harmonia para que haja saúde e bem-estar.
“Meu objetivo é ajudar os meus pacientes a encontrar e quebrar as barreiras que atrapalham o desenvolvimento do completo potencial de cada um, assegurando uma vida mais produtiva, mais confiante, com muito mais qualidade, levando-os ao autoconhecimento, autoaceitação e melhorando a autoestima, assim como à compreensão e aceitação do outro.
Denival H Couto
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